segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Sem contar

 Entraste na minha vida sem que eu contasse. Não estava à espera e esperei tanto tempo. Surgiste de repente. Uma espécie de cilada 😜 e eu deixei-me ir.  Derrubaste muros ou gelo, como me sussurraste uma vez. Achei que tínhamos pouco em comum. Que as diferenças eram enormes, mas deixei-me ir.

E continuo a deixar-me ir, com a certeza, porém, de que é mais o que nos une que aquilo que nos separa. 


quinta-feira, 27 de junho de 2019

Hoje a casa ficou mais vazia. Fica a ternura do teu olhar, o calor com que sempre me presenteaste, as memórias  - tantas! - que preencheram os últimos 10 anos de parceria. És uma princesa, Mi! Estarás sempre no meu coração,  meu Amor.







domingo, 12 de maio de 2019

Entraste na minha vida em 2008/2009, (sabes que cá em casa funcionamos por anos letivos), mas peguei em ti pela primeira vez em 2006. Eras minorca. Primeiro a título temporário e depois definitivo, entraste na minha vida e no meu coração.  És a princesa do eyeliner perfeito! Não há adolescente que te faça frente! Ainda bem que te instalaste na minha vida e no lado esquerdo do meu peito! A casa ficou mais completa, a vida do Jeremias mais animada e a minha mais feliz! Apanhei muitos sustos contigo e passaste por várias dores. Acompanhaste-me em momentos muito difíceis. Prometo estar aqui para Ti também!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Tu. Sempre.

05.02 outra vez. Entre uma e outra mensagem, o telefone toca. Do outro lado uma voz doce pergunta por mim, quando se impunha o inverso. Palavras à solta, partilha, riso de voz embargada. O tempo a escorrer por entre o ritmo da conversa. Faltou-nos a esplanada ao sol para continuarmos nas coincidências.
Tu a fazeres-te presença novamente. Vem. Dá-me um beijo de boa noite mais uma vez e eu dormirei melhor.

sábado, 28 de julho de 2018

Se as suas emoções pudessem traduzir-se em palavras, seria assim: Por causa da nota que tocas na cabeça,  por causa das paredes que tens nos olhos,  por causa das cicatrizes todas na tua pele,  das rosas e da tristeza,  por causa do coelho que está sempre a morrer,  por causa do frio que sinto ao chegar a quatro centímetros da tua presença,  por causa das traças que voam à nossa volta,  por causa dos sonhos que ainda não cumpri e porque me sinto sozinho como se estivesse pendurado no meio do Universo,  preso a uma estrela muito distante,  tão distante que não se pode ver a olho nu, nem nenhum astronauta lá chega, nem os olhos dos telescópios.  Mas Tristan não saberia verbalizar assim as suas emoções,  portanto :
- Porque ainda não fiz os trabalhos de casa.
- E de que estás à espera?
Se Tristan soubesse verbalizar as emoções, seria assim: Estou à espera de que a felicidade comece a crescer como os bebés no útero das mães e que um dia nasça e chore e queira mamar e nós eduquemos a felicidade e a levemos à escola para que saiba ler as letras das nossas veias e fazer contas de multiplicar com a nossa saliva,  estou à espera de um beijo daqueles que são dirigidos somente a uma pessoa,  e não daqueles que se dão a pensar em alguém que está longe  (...)

Afonso Cruz,  " Nem todas as baleias voam "



quarta-feira, 7 de junho de 2017

O Sorriso

Creio que foi o sorriso,
0 sorriso foi quem abriu aporta.
Era um sorriso com
muita luz
lá dentro, apetecia entrar nele,
tirar a roupa,
ficar
nu dentro daquele
sorriso.
Correr, navegar, morrer
naquele sorriso.
Eugénio de Andrade

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Há muito que não venho aqui.
Tenho pensado muito em ti nas últimas semanas. Com os dias luminosos e maiores, já nos teríamos atirado para uma esplanada qualquer. Vejo-te com os teus óculos de sol a receber os raios de sol. O teu sorriso branco. Encontro-te nestas recordações que não o chegaram a ser. Ralho-te. Zango-me. Quase te oiço. E deixo cair mais algumas lágrimas, porque o coração precisa libertar esta quantidade de sal. Tenho saudades de ti, minha querida. Imensas.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Diz-me lá, Amiga, outra vez, que a Vida é maravilhosa, mesmo quando não nos é doce. Que às vezes nos esvazia, mas também nos enche. Repete-me ao ouvido, por favor.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Um ano sem ti. Um ano a desejar que isto não passe de uma mentira. Um ano inteiro a pensar em ligar-te. Um ano inteiro cheia de raiva. Dias e dias a querer tomar um simples café contigo. A desejar encontrar-te já sentada, à minha espera, a ver-te sorrir. O teu sorriso. Grande como tu.
As palavras são inúteis. Não consigo (d)escrever nada. Fazes-me falta.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

 Ontem fez um ano que ouvi a tua voz pela última vez. 

terça-feira, 17 de maio de 2016

11 meses

Passaram-se 11 meses desde a tua partida. Onze meses. Onze meses, e a vida a insistir. Os dias nasceram, surgiram as noites, marcaram-se encontros, almoços, jantares. Onze meses sem ti. Onze meses e parecia que a dor se arrumava. Mas não se arruma. É uma cabra! Escondida, fechada, surge de repente e insiste em gritar a sua existência e repete que não é possível. E a tua ausência agiganta-se e desfaz-se em sal.

terça-feira, 13 de outubro de 2015


Sinto tanto a tua falta.

domingo, 9 de agosto de 2015

O telefone tocou cedo demais. Passava pouco das duas da madrugada quando vi o nome do teu amor no visor do meu telemóvel. Do outro lado, não  ouvi a sua voz.  Não  repito as palavras da voz que me falou, porque não  sou capaz.  Sei apenas que desliguei para de novo atender e voltar a ouvir as mesmas palavras que não  consigo  repetir.

Fizemos tudo o que os amigos fazem. Conversámos horas a fio sobre tudo o que nos moldou. Rimos intensamente apenas porque tivemos vontade. Com a mesma intensidade, deixámos o sal escorrer pelo rosto e, em abraços de esperança, secámos as lágrimas para cada recomeço. Cantámos à tua janela, com uma vassoura a fazer de microfone, numa quaquer noite em que o meu regresso a Lisboa tinha paragem obrigatória  junto a ti. Dissemos o quanto éramos importantes na vida uma da outra. Ouvi de ti sempre a verdade, a que me soube bem e a que me fez crescer. Partilhámos segredos, olhares, fragilidades, às vezes apenas o silêncio. Sei que fizemos tudo o que os amigos fazem. Acredito nisto com uma certeza inabalável. E, com a mesma força, sinto que muito gostaria ainda poder construir contigo.

sexta-feira, 24 de julho de 2015



Hoje resolvi dar voz às palavras que se atropelam. Procurei-te na matéria disponível, mas é cá dentro que continuo a encontrar-te e onde mais falta me fazes. Devia haver uma maneira para regressar disto tudo. Fazer um stop, recuar e começar de novo. Repetir até onde é bom, até onde se aguenta, para depois saltar o exacto momento do caos e regressar à linha da continuidade. A partir dela desenhar novas letras e fazer frases de conversas soltas. Deixar a linha desenhar novos dias, e neles poder repetir o abraço, o riso, o beijo sem razão. Desenhar também os dias da ausência que se aguenta, a ausência simples de quem não está aqui, mas está já ali, à distância de um telefonema, uma mensagem ou até de alguns quarteirões. Repetir-te a história do ADN que a ciência nunca saberá explicar. Ouvir-te responder num alinhamento de palavras que só tu sabias fazer ("Gosto muito de ti em mim"). Abandonar a seriedade e deixar o riso solto transportar-nos para o disparate, mesmo que, mais à frente, um qualquer registo nos fizesse mergulhar em lágrimas. Não faria mal. A linha desenharia essas lágrimas, e eu envolver-te-ia no meu abraço ou, se ao contrário fosse, encostaria a cabeça no teu ombro ali exposto. E depois deixaríamos que o aparo desenhasse outro amanhecer, com notas alinhadas numa melodia e ritmo que aprenderíamos a dançar. Fosse qual fosse o desenho, não poderia era ser em traço descontínuo, porque isso nunca fez parte do tudo que trocámos.

E as palavras continuam em colisão. E voltou a nascer um grito que não se solta. E eu procuro o aparo para reescrever e não o encontro. E cresce a dor e o sal e eu não sei como arrumar tudo outra vez.


sexta-feira, 10 de julho de 2015

Nunca um dia de Junho amanhecera tão amargo.

terça-feira, 19 de maio de 2015

mãe

a verdade é que os anos passam mas há momentos em que qualquer energia me atira para ti. um retrato, uma música, um simples prato. o silêncio. e não consigo impedir que o sal volte aos olhos e que o estômago arrefeça. e parece até que sinto o frio cortante daquele dia em que te arrancaram de mim. o dia em que fiquei mais perdida. o dia em que me senti na mais profunda solidão. o dia em que nenhuma palavra me aqueceu. o dia em que deixei de te ouvir. o dia em que qualquer coisa cá dentro se apagou, se partiu. o dia em que me senti rasgar. o dia em que mais precisei de ti, o dia em que quis gritar e não consegui. o dia em que o meu corpo se dobrou. uma dor ao centro. o teu colo perdido para sempre. o teu cheiro. a tua voz. os dias que ainda tínhamos para inventar. o tecto branco do meu quarto. e só me apetecia pedir desculpa porque parecia um castigo qualquer de tão grande que era a dor. e nesse dia, tu sabes, meu amor, que morri também um bocado. nesse dia, não mais podia dizer a palavra mãe. e eu precisava tanto e quis tanto repeti-la desde aí. o dia em que fiquei sem saber o que fiz de errado. o coração em sangue. onde é que estás que me fazes tanta falta, mãe?
(2013)
Hoje decidi vir aqui. Muito de vez em quando o faço. Espreito. Leio. Releio. Quase sempre recordo as razões que desenharam as palavras. Depois de tanto tempo, percebo que a vida mudou. Muito. Ultrapassei obstáculos gigantes, às vezes com saltos enormes, outras vezes, contornando-os. Sempre com esforço. Frequentemente com lágrimas. Brindei a alegria, a vida, as pessoas. Hoje, decidi vir aqui. E gostei desta sensação.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Para sempre criança diante dos teus olhos

Nesta altura terias já tentado descortinar o meu desejo de prenda de anos. Nesta altura estarias a pedir aos meus irmãos sugestões para esta filha tão exigente. Exigente e possivelmente aborrecida por deixares para o fim a compra do meu presente. [não fomos sempre os dois assim? Ou todos. Talvez a Mãe não.] E também indecisa, na escolha do melhor presente para me ofereceres. Como se fosse uma criança. Desculpa, eu sei, foi um lapso, é mais correcto assim: "como a criança que sempre fui, porque sempre permitiste que o fosse". E é isto que te agradeço, do mais fundo de mim: a possibilidade de poder ter sido sempre criança diante dos teus olhos!

(e agora, deixa-me fechar os olhos e aninhar-me contigo no sofá da sala e ouvir-te dizer: "ó filhota...")

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Ontem

Ontem foi dia de sair convosco e voltei a saborear o prazer de vos ver descobrir. Descobrir pela experiência e pelo olhar. Descobrir paisagens, rostos, modos de vida. Aprender de uma forma diferente, sem as quatro paredes que nos impõem e onde diariamente nos encontramos. Vi, com um prazer difícil de descrever, o vosso olhar atento, entre conversas e brincadeiras despropositadas. Ouvir-vos questionar, procurar saber mais. E esta energia trouxe-me à memória o primeiro dia desta aventura que é ensinar. Lembrei-me de rostos e vozes dos muitos que já tive comigo, e senti uma alegria doce por poder estar convosco.
E percebi que há lições que não aprendi ainda. Nos últimos dias passei de um estado de doce alegria para um quase descontrole que me deixou muito triste, perdida e ansiosa. Tive consciência de cada um destes estados e tentei respirar fundo, pensar no que já vivi e aprendi, mas a raiva foi surgindo e alojando-se cá dentro. Quanto mais ela crescia, menos conseguia acalmar-me. Mais, tinha vontade de agredir na mesma proporção. E por mais que me esforçasse para regressar à doce alegria, a verdade é que a tristeza e a raiva se multiplicaram e eu chovia no escuro. É um facto. Há lições que ainda não aprendi. A inveja e a mesquinhez perturbam-me mesmo muito.